Entrevista com o vampiro (Anne Rice)

Como escrevi sobre o livro "Cântico de Sangue" da Anne Rice, decidi escrever sobre o "Entrevista com o vampiro" também, já que li esse livro no ano passado e gostei bastante. (E provavelmente só poderei reler quando conseguir comprar um para mim, porque o que li era emprestado.)


Uma visão geral:

Sendo a primeira crônica vampiresca de Anne Rice, "Entrevista com o vampiro" traz a história de Louis, um vampiro transformado por Lestat que fornece uma entrevista à um jovem repórter contando a trajetória de sua vida ao lado do vampiro que o transformou.
Narrada como uma conversa com o próprio Louis, a história apresenta toda a vida do vampiro, desde seu nascimento como humano, em 1766, à sua passagem pela vida noturna até o dia da entrevista. Mesmo que tenha sido escrito em 1976, o livro ainda é um dos grandes sucessos da autora, que mais tarde escreveu muitos outros de sua série 'As crônicas vampirescas'.
Ao decorrer das páginas, Louis conta ao repórter em como foi transformado em vampiro por Lestat, e como não conseguia se adaptar à vida de vampiro, negando-se a deixar suas características humanas para trás e sofrendo com a crueldade e frieza com a qual se depara quando se relaciona com sua nova espécie. Além disso, conta também em como viveu ao lado de Lestat e Claudia, uma menina pequena transformada mais tarde por Lestat para lhes fazer companhia. Para quem viu o filme, estrelado por Tom Cruise (Lestat) e Brad Pitt (Louis), o livro é uma ótima pedida, já que ambos são muito parecidos mas possuam algumas peculiaridades.

Uma citação:

"Fui presenteado com a vida eterna, com uma percepção aguçada e com a necessidade de matar – expliquei rapidamente. – Porque o vampiro que me criou desejava a casa que eu possuía e meu dinheiro. Entende uma coisa destas? – perguntei. – Ah, mas há muita mais por trás do que digo. Fui descobrindo tudo tão devagar, de modo tão incompleto! Vê, é como se você abrisse uma porta para mim, e a luz escapasse por esta porta que eu tento agarrar, encarar, para entrar na região que diz existir além dela! Quando, na verdade, não acredito nela! O vampiro que me criou representa para mim o verdadeiro mal: era tão melancólico, tão prosaico, tão estúpido, tão inevitável e eternamente decepcionante quanto eu acreditava que devia ser o mal! Sei disto agora."

Um comentário:
Esse foi um dos poucos livros que li só depois de ter visto o filme. Geralmente, não gosto de fazer assim. Gosto mais de ler o livro e depois ver o filme, podendo criticá-lo ou elogiá-lo por ser ou não ser fiel à história original. Mas esse filme eu já havia visto há bastante tempo, sendo um dos filmes que assisti mais vezes e que continuo a assistir. E quando finalmente tive a oportunidade de ler o livro, fiquei muito animada e satisfeita.

Gostei bastante do modo como o livro foi narrado, mesmo que em alguns pontos eu tivesse de ler e reler algumas vezes, para conseguir entender perfeitamente o que estava querendo dizer. Em alguns pontos, a pontuação é um pouco diferente daquela com a qual estou acostumada, então isso me deixava um pouco confusa. Mas nada disso afetou meu carinho pela história contada por Louis.

Comparado ao filme, o livro é bastante parecido mas ao mesmo tempo um pouco diferente. Talvez seja difícil entender essa contradição, mas quem leu o livro e viu o filme talvez possa concordar comigo. Existem detalhes que são diferentes, e que com isso, mudam todo o contexto da história e daquilo que vemos e pensamos.

Gostei bastante do livro, assim como gosto do filme. Esse é um dos poucos casos em que posso dizer gostar de ambos, mesmo que não sejam completamente fiéis. Um livro recomendado, mesmo que para alguns essa história possa parecer um pouco chocante ou alternativa demais.

Um surto pessoal: (Para depois da leitura - contém spoilers!!!)
Bom, sendo esse livro a origem de um dos meus filmes favoritos, posso começar dizendo que eu amo a história. Meu surto começa com isso. Depois disso, posso dizer que mesmo que as histórias sejam um pouco diferentes, e que essas diferenças façam MUITA diferença, eu gostei bastante dessas duas versões, achando o livro um pouquinho mais pesado que o filme (talvez tenham mudado os detalhes de propósito, quem sabe eu faça uma pesquisa depois para confirmar essa teoria?).

Mas uma coisa que me deixou chocada foi o fato de a Claudia ser bem pequena no livro, diferente da colocada no filme. Essa questão de alguns anos de diferença fez toda a diferença na leitura, já que a criança era muito menor que o esperado. A relação entre Louis e Claudia torna-se ainda mais chocante com essa idade menor, deixando a história mais forte que a mostrada pelo filme.

Mas o meu principal surto é que: eu consegui me apaixonar pelo Louis. Amei esse personagem criado pela autora com tantos detalhes e pensamentos tão profundos. Amei a forma como ele foi descrito e mostrado na narração, trazendo características não somente na descrição, mas também na própria forma de narrar e contar a sua história. Achei isso incrível. Era como falar ao vivo com o Louis, estar na sala entrevistando ele. E o charme que ele emana mesmo que por linhas de um livro me impressionaram. E olha que não sou de me apaixonar por personagens assim, hein? Talvez o fato de o Brad Pitt ter atuado como o Louis no filme tenha influenciado isso, há uma pequena possibilidade!

O filme:

Eu amei o filme antes de conhecer o livro. Por isso, mesmo que ele não seja completamente fiel à história original do livro e tenha mudado alguns detalhes muito importantes para a história, acho que ele é uma ótima pedida a todos os que leram ou querem ler a história contada por Louis.

Os personagens combinaram perfeitamente em todos os atores, e achei perfeita todas as contratações feitas pelo diretor. Um pouco mais leve que o livro, o filme é uma ótima pedida para os que estão curiosos pela história mas que não podem ler o livro ainda.